





A novela "Vale Tudo" ainda está longe de revelar o principal acontecimento de sua trama — a morte de Odete Roitman, interpretada no remake por Débora Bloch. Mas nas redes sociais, o público já está em modo CSI, vasculhando cenas, motivações, silêncios, e… marcas de celular. Sim, o tipo de smartphone usado pelos personagens se tornou uma peça-chave nas especulações.
A razão é uma teoria que nasceu em Hollywood, ganhou força entre fãs de suspense e chegou com tudo ao Brasil: vilões não usam iPhone. Oi!? Como assim? Calma que o Purepeople te explica tudo!
Tudo começou em fevereiro de 2020, quando o cineasta Rian Johnson, diretor de "Entre Facas e Segredos (Knives Out)", revelou um detalhe curioso durante uma entrevista para a revista Vanity Fair. “Vou contar um segredo: a Apple permite que você use iPhones em filmes, mas — e isso é muito importante — vilões não podem ser mostrados usando iPhones na frente das câmeras", disse ele na época.
A declaração viralizou e passou a ser tratada como uma "cláusula invisível" nas produções de cinema e TV. Embora a Apple nunca tenha confirmado oficialmente essa regra, fontes da indústria dizem que a empresa controla rigorosamente como seus produtos são retratados nas telas, com o objetivo de manter uma imagem positiva da marca.
A observação de Johnson não passou batida: fãs começaram a rever filmes e séries, e de fato descobriram um padrão inquietante. Em produções como "24 Horas", "Succession", "Ozark" e "Wandavision", os personagens mal-intencionados raramente aparecem com iPhones em mãos.
É aqui que a história fica ainda mais interessante. Fãs brasileiros perceberam que, na nova versão de "Vale Tudo", alguns personagens como Heleninha (Paolla Oliveira), Marco Aurélio (Alexandre Nero) e Solange (Alice Wegmann) aparecem usando celulares muito parecidos com iPhones. E isso gerou uma teoria viral no X (antigo Twitter).
“Estou obcecado em mapear quem usa iPhone em Vale Tudo porque tem aquela regra que personagem que usa iPhone não pode matar ninguém. Não sabemos quem vai matar Odete Roitman, mas já sabemos que Solange, Heleninha e Marco Aurélio são iPhoners, então eles não vão matá-la", especulou um perfil.
A discussão cresceu e foi além da novela: usuários debateram se a Globo teria ou não contrato com a Apple, se o logo da maçã estava visível nos aparelhos (spoiler: não está), e se a identidade visual seria suficiente para ativar a tal “cláusula do bem”.
Provavelmente não. A Globo costuma usar celulares genéricos ou comprados diretamente pela produção, sem vínculo promocional com nenhuma marca específica. Segundo especialistas em direito audiovisual, se não há acordo de merchandising, não há obrigação de seguir as diretrizes corporativas da Apple.
Mesmo assim, a identidade visual do iPhone, com suas três câmeras, interface característica e gestos de navegação, é tão marcante que o público reconhece de longe. E isso já basta para transformar o celular em pista narrativa, mesmo que involuntária. “Se não tem a maçã visível, não tem contrato. Se não tem contrato, não tem regra da marca a ser aplicada", opinou mais uma conta na plataforma.
Contudo, outro internauta rebateu: "Marca vai além do logotipo. O design do iPhone é reconhecível. Isso ainda pode ser parte de um acordo de uso implícito". Será, gente!? Todavida, como toda boa teoria, essa também tem seu ponto fraco. Um seguidor relembrou que Lola (Camila Pitanga), antagonista de "Beleza Fatal", usava iPhone e cometeu uma verdadeira maratona de crimes: assassinato, sequestro, tráfico, suborno, incêndio criminoso e até bomba caseira.
A autora Manuela Dias já declarou em entrevistas que o remake de "Vale Tudo" não vai necessariamente seguir o mesmo final da versão de 1988, e que o assassino de Odete ainda não foi definido. Ou seja: tudo é possível, inclusive a teoria do celular ser usada como isca para despistar o público. Enquanto isso, o público segue atento: se aparecer alguém com Android de capinha rosa nos próximos capítulos… talvez seja hora de desconfiar.